segunda-feira, 15 de abril de 2013

Aberto 5º Encontro Preparatório do Fórum Mundial de Ciência 2013

Com informações da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco

O 5º Encontro Preparatório do Fórum Mundial de Ciência 2013, em Pernambuco, foi aberto na manhã de hoje pelo Secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antônio Elias. Na ocasião, Luiz Elias deu as saudações de boas vindas à comunidade científica presente, destacando os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação como fundamentais para o desenvolvimento do Brasil.
“Em se tratando de Ciência, Tecnologia e Inovação, temos que avançar sempre mais uma etapa. Qualquer País se desenvolve com conhecimento local. Por isso devemos investir em ciência de qualidade e na expansão de nossa pós-graduação, destacou.
A abertura do Encontro Preparatório contou com a presença do ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, do representante da Comissão Executiva do Fórum Mundial de Ciência e presidente da Academia Brasileira de Ciência, Jacob Palis, do secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Marcelino Granja, do coordenador geral da representação regional do MCTI, Ivon Fittipaldi, além de reitores de universidades, políticos, cientistas e pesquisadores brasileiros e de outros países.
Segundo Luiz Elias, o Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência deve levar em consideração temas como a educação, acesso ao conhecimento, ética e propagação de ciência para todo o território nacional. “Iremos demonstrar ao mundo que o Brasil tem uma enorme capacidade inovativa e muita gente preparada”, disse.
Logo após as boas vindas, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, apresentou a palestra com o tema Ciência e Tecnologia Precisam de Política de Estado. O ex-ministro iniciou sua conferência traçando um paralelo entre o Brasil e outros países que investiram historicamente em C&T, destacando que 70% do PIB dos países industrializados são gerados na economia do conhecimento.
Sérgio Rezende destacou o Japão, lembrando que aquele país encontrava-se destruído, na década de 40, mas conseguiu se soerguer graças a uma política de estado de ciência e tecnologia. “Houve um forte investimento em C&T, reforma das instituições públicas e uma parceria com o setor empresarial”, afirmou. “Hoje, o Japão detém o terceiro PIB mundial, com uma população de 120 milhões de habitantes, complementou.
O ex-ministro falou ainda da Coréia do Sul. Um país que antes não possuía nenhuma tradição em C&T e que conseguiram sair do estágio de Imitação de tecnologia, em 1970, para o estágio de inovação, na década de 90. “Hoje, fazem aviões, trens, carros, aparelhos tecnológicos avançados”, afirmou.
Em seguida, Sérgio Rezende lembrou que, em 1950, o Brasil possuía um número muito baixo de pesquisadores, universidades sem ambiente de pesquisa, poucos engenheiros e empresas voltadas para os setores básicos da economia. “Tínhamos apenas 100 doutores”, afirmou. Ele lembrou que essa realidade começou a mudar em 1951, com a criação do CNPq, que passou a conceder bolsas de estudo para o apoio a pesquisa.
O País deu um salto ainda maior em 1962, com a criação do Funtec/BNDES, com o apoio aos cursos de pós-graduação, a reforma universitária, em 1968, e a criação do MCT, em 1985. Ele destacou ainda a criação de fundos setoriais de MCT e a recuperação do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (FNDCT), a partir de 1999.
“Entre os anos de 2003 e 2012 tivemos a implantação da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, pelo ex-ministro e atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o Plano de Expansão do Sistema de C&T, o maior apoio ao desenvolvimento de C,T&I nas empresa, o desenvolvimento de P&I em áreas estratégicas e a visão da aplicação da C&T no desenvolvimento social”, observou.
Sérgio Rezende informou que atualmente, o Brasil possui 85 mil doutores, 77 mil universidades e oito mil centros de pesquisa. “Número fabuloso comparado a 2050, mas ainda muito acanhado. É uma média de oito pesquisadores para 10 mil habitantes”, sublinhou.
Para Sérgio Rezende, o Brasil tem hoje um sistema de C,T&I que se assemelha ao dos países desenvolvidos. Houve um grande aumento de recursos federais e estaduais, melhora substancial na produção científica e um notável avanço no ambiente de inovação nas empresas.
No entanto, para o ex-ministro o Brasil ainda pena pela falta de cultura em P,D&I e falta de uma política de Estado. Ele também destacou dificuldades como a falta de desembolso por parte do CNPq para os projetos selecionados em 2012, a falta de repasse para o Pronex e a ausência do lançamento de editais para os INCTs.
“Todos esperamos que essas dificuldades sejam superadas e que o Brasil retome o ciclo virtuoso em C,T&I para alcançar as metas previstas para 2022 na Conferência Nacional de CNCTI, realizada em 2010”, disse.
Entre as metas, ele lembrou que houve um compromisso para ampliar os investimentos em P&D para cerca de 2,5% do PIB, dobrar o número de bolsas/ano concedidas pelo CNPq e Capes, chegar a 450 mil pesquisadores (2/1000 habitantes) e alcançar 5% da produção científica mundial.
Destacou ainda que houve um pacto para duplicar o número de empresas inovadoras, duplicar o número de patentes/ano, dominar as tecnologias de fabricação de satélites e veículos lançadores de foguetes espaciais, dominar as tecnologias de microeletrônica e de produção de fármacos, triplicar o número de engenheiros formados e assegurar a independência na produção de combustível nuclear.
“Um grande progresso em C&T foi feito em tempos recentes e o caminho a ser seguido é claro para a sociedade brasileira, porém há um longo caminho pela frente para tornar a C,T&I decisivos para o nosso progresso. É necessário termos uma política de Estado com continuidade, aperfeiçoamento e expansão”, concluiu.

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