O assunto foi debatido durante o 5º Encontro Preparatório do
Fórum Mundial de Ciência 2013
Durante os últimos 30 anos, o número de novas descobertas de
campos de petróleo convencionais vêm diminuindo. No entanto, a disponibilidade
de novas tecnologias vem proporcionando outras possibilidades de exploração em
reservatórios profundos e em regiões distantes, o que poderá garantir um aporte
imenso com relação a quantidade de reservas já conhecidas. Esse assunto foi
abordado pelo professor do Departamento de Geologia da UFPE, José Antônio
Barbosa, durante o 5º Encontro Preparatório do Fórum Mundial de Ciência 2013.
Em sua palestra, intitulada 'Exploração de Reservatórios não
Convencionais nos Oceanos', o professor observou que o sistema clássico de
extração de petróleo, quando o óleo jorrava de poços não muito profundos, deu
lugar a técnicas avançadas de captura de óleos e gás.
"As novas tecnologias permitem chegarmos a grandes
profundidades e atingirmos rochas com permeabilidade baixa, quebrando-as e
conseguindo capturar óleos mais pesados e gás", disse.
Segundo o professor, algumas regiões dos Estados Unidos
(USA) vivem um grande boom na extração de óleos pesados. "Há uma
estimativa de que, após os investimentos que estão previstos, aquele País
conquistará, por volta de 2025, a sua subsistência em petróleo e conseguirá,
inclusive, exportar para outros países", disse.
O professor disse que estudos mostram que o Japão possui
reservas de 50 trilhões de metros cúbicos de metano, o que poderá garantir o
gás natural para aquele País por alguns séculos. Já o Alasca poderá possuir uma
reserva de 4,4 trilhões de metros cúbicos do mesmo gás.
Segundo José Antônio Barbosa, estudos mostram que o Brasil
possui reservas não convencionais de petróleo que seriam duas a três vezes
maior que as reservas do Pré-Sal.
Ele informou que a exploração profunda também tem sido
direcionada para o Ártico. "O gás preso em gelo, o hidrocarboneto, irá
representar um acréscimo gigantesco nas reservas mundiais", disse.
No entanto, as tecnologias e os investimentos feitos na
extração em poços profundos demandam grandes recursos. "Nunca mais o
petróleo voltará a ter um preço razoável como na década de 60", observou.
O professor destacou que o Brasil ainda é bastante
incipiente em extração profunda. "No entanto, a indústria de petróleo está
passando por uma transformação gigantesca. E deverá impulsionar o Brasil, como
vem impulsionando outros países", disse.
Segundo ele, a tecnologia envolvida irá demandar muito da
academia e indústria. Por isso a necessidade de formação de quadros na área.
"Essas novas tecnologias apontam para uma renovação da indústria de
petróleo nos próximos 20 a 30 anos. Temos que nos preparar para essa
mudança", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário